Presidente da Acibalc participa de Audiência Pública para debater segurança em Camboriú

Audiência Pública reuniu autoridades para debater a segurança na cidade que já contabilizou 24 homicídios em 2018.

Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Camboriú é a 10ª cidade catarinense em número de habitantes, chegando a 78 mil, e está em 5º lugar no ranking de homicídios dolosos. O município há muito tempo registra altos índices de crimes e desde 2017, a Câmara de Vereadores busca alternativas para melhorar a segurança pública na cidade.

O número de homicídios em 2018 já é 66% maior que o registrado ano passado, entre os meses de janeiro e abril, isso motivou a convocação de uma audiência pública que foi realizada na última segunda-feira (14). Durante toda a tarde representantes da Secretaria de Estado de Segurança, Policia Militar, Policia Civil, Conselho Tutelar, Poder Executivo e sociedade organizada debateram as ações necessárias para transformar esse triste cenário.

Iniciando o debate, o Delegado de Polícia no Estado de Santa Catarina, David Tarcisio Queiroz de Souza, na oportunidade representado o Secretário de Segurança do estado, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, falou sobre a importância dos gestores municipais entenderem que segurança não se limita a ter policiamento nas ruas. “Iluminação pública, áreas de lazer, projetos sociais e principalmente: educação. Todos esses pontos precisam ser levados em consideração para que uma cidade tenha segurança pública de qualidade. Policial apenas em último caso”, destacou defendendo a prevenção da criminalidade.

Segundo o delegado da Policia Civil, Maurício Preto, o número de crimes sexuais aumentam ano após ano. “Nossas crianças estão em constante perigo, cabe a nós mantê-las seguras, em um lar confiável e com acesso amplo a educação e melhores oportunidades”, afirmou lembrando dos projetos sociais como o Latarte, que auxiliam a polícia no combate a criminalidade. 

Capitão Tiago Teixeira Ghilardi, da Policia Militar, concordou que a melhor decisão é o investimento em educação, destacando que já está claro que o estado não possui recursos para aumentar o policiamento na cidade. Hoje, Camboriú possui 53 policiais nas ruas, que atendem Camboriú e o Distrito do Monte Alegre. O Capitão foi categórico em defender que os problemas educacionais da cidade estão diretamente ligados aos índices de criminalidade.

“Todo histórico tem um preço. Se a criança tem uma família desestruturada, não tem acesso à educação, não tem incentivo escolar em casa e na escola, ela certamente escolherá caminhos errados”, alegou. Capitão Ghilardi afirmou que hoje há 17 mil crianças matriculadas no ensino público de Camboriú, porém a maioria evade na metade do ano letivo.

A afirmação teve o apoio da educadora Marinês Fantoni, que há 33 anos trabalha no ensino público do município. A professora afirmou que não a respeito por parte dos pais e dos alunos e que muitas vezes os professores são ameaçados, unicamente por exercerem suas funções. “Os pais não querem saber dos seus deveres, apenas dos seus direitos”, argumentou, destacando que a falta de interesse das famílias na educação de seus filhos é o principal motivo da evasão escolar.

Identificando os índices elevados de incidência de adolescentes em crimes e o retrato da atual situação das escolas de Camboriú, o delegado Maurício Preto sugeriu reunir educadores, conselho tutelar, a polícia e pais para discutir as responsabilidades das famílias diante da educação de seus filhos. A vereadora Jane Stefenn (Rede), autora do requerimento que resultou na audiência concordou com a iniciativa e com o apoio dos demais vereadores, colocou a Câmara à disposição para promover mais encontros para debater ações práticas para mudar a realidade da cidade.

Informações Assessoria de Imprensa Câmara de Vereadores de Camboriú 

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