Comunicação
27/04/2018 às 09:02
Por Danielle Fuchs
Vira e mexe alguém
questiona se ainda vale a pena investir em redes sociais para gerar
oportunidades de negócio. Especialmente agora, com a crise do Facebook,
plataforma mais usada pelos brasileiros e líder absoluta em número de usuários
no mundo. Antes de responder e indicar tendências, vamos contextualizar um
pouco o momento em que vivemos e falar sobre comportamento de consumo. É isso mesmo, discutir estratégias de
marketing sem compreender o consumidor no seu contexto histórico é impossível.
No passado, quando
nossos avós ainda eram crianças ou nem tinham nascido, éramos seres iluministas, estáveis e muito
voltados para nós mesmos. Para entender melhor o processo de constituição do
sujeito nesse período histórico vale estudar as ‘técnicas de si’ do filósofo Michel
Foucault, que foram extraídas da antiguidade grega.
A era pós-moderna
trouxe um sujeito diferente, com desejo de aparecer, pertencer e legitimar sua
existência individual. Este ser se tornou fragmentado,
híbrido pela aceitação de novas
identidades e culturas. Quem ocasionou essa ruptura ocorrida no Século XX foi a
globalização.
Aí então surgiu a internet, nos anos 1990, quebrando de
vez as barreiras de tempo e distância, revolucionando o consumo e
democratizando os meios de comunicação. Agora, aquele ser mais aberto e sedento
por ‘aparecer’ tinha um canal. Nesse contexto nasceram as redes sociais, ambientes hiperespetaculares perfeitos
para atender às necessidades desse novo perfil de sujeito.
Nesse meio tempo, as
marcas tiverem que se adaptar às mudanças, acompanhando o processo evolutivo
pelo qual o consumidor passou. Por isso Philip
Kotler fala das eras do Marketing
(1.0 / 2.0 / 3.0). A primeira, focada no produto, a segunda no consumidor e a
terceira na relação entre eles. De
acordo com o autor, essa última geração é composta ainda por três outras eras:
A era da participação e do marketing
colaborativo; a era do paradoxo da globalização e do marketing cultural e a
era da sociedade criativa e do
marketing espiritual ou do espírito
humano.
Aí começamos a falar
do momento atual e podemos entender melhor o papel das redes sociais na vida
das pessoas e das empresas.
Estamos na era da cooperação. A grande revolução
não é mais industrial, nem mesmo do conhecimento – saber não é exatamente
um ativo. Deixamos de ser espectadores para nos tornarmos atores conscientes de
nossa própria narrativa. Viramos prosumers – consumidores produtores que escolhem, atuam, opinam e influenciam. O universo em
que atuamos é o digital e estamos cada vez mais hiperconectados e disruptivos.
Entender estes
conceitos e contextos é fundamental para desenvolver estratégias assertivas e
rentáveis. Martha Gabriel explica que “estar conectado é diferente de ser
conectado”. O segundo pressupõe viver em simbiose com a rede. Trata-se do
perfil da Geração Z – nascidos entre
1993 e 2012. Eles trazem à tona o Cibridismo, quando ON e OFF acontecem ao mesmo tempo.
Alguns números para sua reflexão:
·
Houve um aumento de
764% de usuários online entre 2000 e 2014;
·
No ano 2000, havia 361 milhões de pessoas conectadas digitalmente;
·
Em 2014, o número
atingiu a marca dos 3 bilhões;
·
Hoje, metade do
mundo está online e passa pelo menos 30 horas mensais conectada.
Fonte: Google Atelier Digital
Diante desse cenário
e desse novo perfil de consumidor, voltamos à questão inicial. Ainda vale a
pena investir em redes sociais para
gerar oportunidades de negócio? A
reposta é sim! O Facebook, para se ter uma ideia, atingiu a marca de dois
bilhões de usuários no mundo no ano passado. Somente no Brasil, o Instagram,
para citar outro bom exemplo, tem mais de 50 milhões de perfis.
E mais: você precisa
ir além! Certamente já ouviu falar da Internet
das Coisas e de Inteligência
Artificial. A verdade é que a tecnologia avança em ritmo acelerado e
estamos cada vez mais conectados às pessoas e também às coisas.
Voltando às redes
sociais, o que os especialistas recomendam é que as empresas entendam que o
consumidor não quer mais comprar, ele quer interagir com as marcas que adota e seguir determinados lifestyles.
O melhor caminho, portanto, é investir em conteúdos que abordem temas relevantes
para os leitores e rever estratégias
constantemente. O resultado disso é mais engajamento e taxa de
conversão, nosso objetivo neste
processo de marketing digital.
Vamos, então, a 10 tendências e dicas de especialistas para ajudá-lo na sua tomada de decisão:
1)
Reserve verba para anúncios
pagos
Separe uma verba específica para anúncios pagos. Em 2014, o Facebook começou a
diminuir o alcance orgânico das publicações e esse cenário se agravou este ano.
Não existe alternativas a não ser investir com muita expertise agregada.
2)
Aposte em audiovisual
Conteúdo audiovisual promete ganhar força. A quantidade de vídeos
postados cresce em torno de 75% ao ano no Facebook. Mas será preciso entregar conteúdos e formatos diferenciados para chamar
a atenção dos usuários em meio a tanta informação. Nem precisamos falar do boom
do YouTube.
3)
Deixe seu consumidor criar
Encontre formas de inserir o usuário na geração de
conteúdo. Lembre-se que o consumidor não quer
mais comprar, ele quer interagir com as
marcas que adota e seguir determinados lifestyles.
4) Invista em comunidades
As comunidades são uma tendência em
crescimento. Os grupos em redes sociais
como LinkedIn e Facebook são ferramentas cada vez mais utilizadas para engajar.
Quando bem gerenciados, esses
grupos podem auxiliar no algoritmo dos perfis das empresas.
5)
Aposte nos momentos
Um Stories,
por exemplo, fica somente 24 horas no ar. Se o usuário perder aquele momento,
provavelmente ele nunca conseguirá recuperá-lo. Esse tipo de conteúdo traz
grandes oportunidades para as empresas, pois criam um senso de urgência no
usuário.
6)
Foco nos smartphones
Até o ano que vem mais de
2,4 bilhões de pessoas serão usuárias ativas de mobile. Isso representa um nicho representativo para o mercado e a
tendência é que esse número cresça. Por isso, pense no Whatsapp como um canal
profissional.
7)
Foco na
geração Z
Os jovens da geração Z — nascidos
entre 1993 e 2012 — tomam conta das redes sociais. Se isso não é uma
preocupação para sua empresa, repense!
8)
Fique atento
aos chatbots
As empresas estão cada vez mais
investindo em chatbots: pelos menos 20% do conteúdo gerado no mercado
empresarial será gerado por máquinas até o ano que vem. Essas ferramentas
oferecem a possibilidade de um atendimento rápido e humanizado.
9)
Faça parceria com influenciadores digitais
O investimento em publicidade tem buscado cada vez
mais os influenciadores digitais: pessoas capazes de engajar audiência
selecionada em alguma plataforma social. Sem serem grandes celebridades,
conseguem o apoio de seguidores fiéis identificados com determinado nicho.
10)
Fique de olho em novas Redes Sociais
Lembra do Orkut? E quem fala do
Snapchat, Twitter ou Google Plus hoje em dia? Pois é, as redes têm seus altos e
baixos, algumas morrem e outras surgem, como a Vero, lançada em 2015, em Nova
Iorque, com perfil antialgoritmo e antipublicidade. Fique atento a elas!
Confira algumas Redes Sociais brasileiras
legais que trazem o conceito da cooperação:
Colab.re | Você Pode Fazer Mais Pela Cidade
Site: www.colab.re
Eu Paciente | Saúde
e Bem-Estar
Site: www.eupaciente.com.br
DogsApp | Novos
Amigos Para Seu Melhor Amigo
Site: www.dogsapp.com.br
Alvanista | A Rede
Social de Games
Site: www.alvanista.com
Passei Direto |
Rede Colaborativa Acadêmica
Site: www.passeidireto.com
Danielle
Fuchs é jornalista graduada pela Univali e especialista em Marketing
Empresarial. Trabalhou no Jornal A Notícia (NSC/Grupo RBS), foi editora de Economia do Jornal de Santa
Catarina (NSC/Grupo RBS), editora-chefe da Folha de Blumenau, Publisher da
Mundi Editora (editora estadual de revistas customizadas) e sócia da Ymbos
Propaganda. Atua também com associativismo, integrando o Núcleo de Mulheres
Empreendedoras da Acibalc, entidade da qual é Vice-presidente de Comunicação e
Marketing. Participa também do Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme),
como diretora da Comissão de Marketing.
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