Rede Social é lugar para empresas?

Por Danielle Fuchs

 

Vira e mexe alguém questiona se ainda vale a pena investir em redes sociais para gerar oportunidades de negócio. Especialmente agora, com a crise do Facebook, plataforma mais usada pelos brasileiros e líder absoluta em número de usuários no mundo. Antes de responder e indicar tendências, vamos contextualizar um pouco o momento em que vivemos e falar sobre comportamento de consumo. É isso mesmo, discutir estratégias de marketing sem compreender o consumidor no seu contexto histórico é impossível.

No passado, quando nossos avós ainda eram crianças ou nem tinham nascido, éramos seres iluministas, estáveis e muito voltados para nós mesmos. Para entender melhor o processo de constituição do sujeito nesse período histórico vale estudar as ‘técnicas de si’ do filósofo Michel Foucault, que foram extraídas da antiguidade grega.

A era pós-moderna trouxe um sujeito diferente, com desejo de aparecer, pertencer e legitimar sua existência individual. Este ser se tornou fragmentado,híbrido pela aceitação de novas identidades e culturas. Quem ocasionou essa ruptura ocorrida no Século XX foi aglobalização.

Aí então surgiu a internet, nos anos 1990, quebrando de vez as barreiras de tempo e distância, revolucionando o consumo e democratizando os meios de comunicação. Agora, aquele ser mais aberto e sedento por ‘aparecer’ tinha um canal. Nesse contexto nasceram as redes sociais, ambientes hiperespetaculares perfeitos para atender às necessidades desse novo perfil de sujeito.

Nesse meio tempo, as marcas tiverem que se adaptar às mudanças, acompanhando o processo evolutivo pelo qual o consumidor passou. Por isso Philip Kotler fala das eras do Marketing(1.0 / 2.0 / 3.0). A primeira, focada no produto, a segunda no consumidor e a terceira na relação entre eles.  De acordo com o autor, essa última geração é composta ainda por três outras eras: A era da participação e do marketing colaborativo; a era do paradoxo da globalização e do marketing cultural e a era da sociedade criativa e do marketing espiritual ou do espírito humano.

Aí começamos a falar do momento atual e podemos entender melhor o papel das redes sociais na vida das pessoas e das empresas. 

Estamos na era da cooperação. A grande revolução não é mais industrial, nem mesmo do conhecimento – saber não é exatamente um ativo. Deixamos de ser espectadores para nos tornarmos atores conscientes de nossa própria narrativa. Viramos prosumers – consumidores produtores que escolhem, atuam, opinam e influenciam. O universo em que atuamos é o digital e estamos cada vez mais hiperconectados e disruptivos.

Entender estes conceitos e contextos é fundamental para desenvolver estratégias assertivas e rentáveis. Martha Gabriel explica que “estar conectado é diferente de ser conectado”. O segundo pressupõe viver em simbiose com a rede. Trata-se do perfil da Geração Z – nascidos entre 1993 e 2012. Eles trazem à tona o Cibridismo, quando ON e OFF acontecem ao mesmo tempo.

 

Alguns números para sua reflexão:

·       Houve um aumento de 764% de usuários online entre 2000 e 2014;

·       No ano 2000, havia 361 milhões de pessoas conectadas digitalmente;

·       Em 2014, o número atingiu a marca dos 3 bilhões;

·       Hoje, metade do mundo está online e passa pelo menos 30 horas mensais conectada.

Fonte: Google Atelier Digital

 

Diante desse cenário e desse novo perfil de consumidor, voltamos à questão inicial. Ainda vale a pena investir em redes sociais para gerar oportunidades de negócio? A reposta é sim! O Facebook, para se ter uma ideia, atingiu a marca de dois bilhões de usuários no mundo no ano passado. Somente no Brasil, o Instagram, para citar outro bom exemplo, tem mais de 50 milhões de perfis.

E mais: você precisa ir além! Certamente já ouviu falar da Internet das Coisas e de Inteligência Artificial. A verdade é que a tecnologia avança em ritmo acelerado e estamos cada vez mais conectados às pessoas e também às coisas.

Voltando às redes sociais, o que os especialistas recomendam é que as empresas entendam que o consumidor não quer mais comprar, ele quer interagir com as marcas que adota e seguir determinados lifestyles.

O melhor caminho, portanto, é investir em conteúdos que abordem temas relevantes para os leitores e rever estratégias constantemente. O resultado disso é mais engajamento e taxa de conversão, nosso objetivo neste processo de marketing digital.

Vamos, então, a 10 tendências e dicas de especialistas para ajudá-lo na sua tomada de decisão:

1)    Reserve verba para anúncios pagos

Separe uma verba específica para anúncios pagos. Em 2014, o Facebook começou a diminuir o alcance orgânico das publicações e esse cenário se agravou este ano. Não existe alternativas a não ser investir com muita expertise agregada.

2)    Aposte em audiovisual

Conteúdo audiovisual promete ganhar força. A quantidade de vídeos postados cresce em torno de 75% ao ano no Facebook. Mas será preciso entregar conteúdos e formatos diferenciados para chamar a atenção dos usuários em meio a tanta informação. Nem precisamos falar do boom do YouTube.

3)    Deixe seu consumidor criar

Encontre formas de inserir o usuário na geração de conteúdo. Lembre-se que o consumidor não quer mais comprar, ele quer interagir com as marcas que adota e seguir determinados lifestyles.

4)     Invista em comunidades

As comunidades são uma tendência em crescimento.  Os grupos em redes sociais como LinkedIn e Facebook são ferramentas cada vez mais utilizadas para engajar. Quando bem gerenciadosesses grupos podem auxiliar no algoritmo dos perfis das empresas.

5)    Aposte nos momentos

Um Stories, por exemplo, fica somente 24 horas no ar. Se o usuário perder aquele momento, provavelmente ele nunca conseguirá recuperá-lo. Esse tipo de conteúdo traz grandes oportunidades para as empresas, pois criam um senso de urgência no usuário.

6)    Foco nos smartphones

Até o ano que vem mais de 2,4 bilhões de pessoas serão usuárias ativas de mobile. Isso representa um nicho representativo para o mercado e a tendência é que esse número cresça. Por isso, pense no Whatsapp como um canal profissional.

7)    Foco na geração Z

Os jovens da geração Z — nascidos entre 1993 e 2012 — tomam conta das redes sociais. Se isso não é uma preocupação para sua empresa, repense!

8)    Fique atento aos chatbots

As empresas estão cada vez mais investindo em chatbots: pelos menos 20% do conteúdo gerado no mercado empresarial será gerado por máquinas até o ano que vem. Essas ferramentas oferecem a possibilidade de um atendimento rápido e humanizado.

9)    Faça parceria com influenciadores digitais

O investimento em publicidade tem buscado cada vez mais os influenciadores digitais: pessoas capazes de engajar audiência selecionada em alguma plataforma social. Sem serem grandes celebridades, conseguem o apoio de seguidores fiéis identificados com determinado nicho.

10)                      Fique de olho em novas Redes Sociais

Lembra do Orkut? E quem fala do Snapchat, Twitter ou Google Plus hoje em dia? Pois é, as redes têm seus altos e baixos, algumas morrem e outras surgem, como a Vero, lançada em 2015, em Nova Iorque, com perfil antialgoritmo e antipublicidade. Fique atento a elas!

 

Confira algumas Redes Sociais brasileiras legais que trazem o conceito da cooperação:


Colab.re | Você Pode Fazer Mais Pela Cidade
Site: 
www.colab.re

Eu Paciente | Saúde e Bem-Estar
Site: 
www.eupaciente.com.br

DogsApp | Novos Amigos Para Seu Melhor Amigo
Site: 
www.dogsapp.com.br

Alvanista | A Rede Social de Games
Site: 
www.alvanista.com

Passei Direto | Rede Colaborativa Acadêmica
Site: 
www.passeidireto.com

 

 

Danielle Fuchs é jornalista graduada pela Univali e especialista em Marketing Empresarial. Trabalhou no Jornal A Notícia (NSC/Grupo RBS), foi editora de Economia do Jornal de Santa Catarina (NSC/Grupo RBS), editora-chefe da Folha de Blumenau, Publisher da Mundi Editora (editora estadual de revistas customizadas) e sócia da Ymbos Propaganda. Atua também com associativismo, integrando o Núcleo de Mulheres Empreendedoras da Acibalc, entidade da qual é Vice-presidente de Comunicação e Marketing. Participa também do Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme), como diretora da Comissão de Marketing.

 

 

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