2019: otimismo para os negócios

A retomada do crescimento econômico trazendo melhoria para os negócios é a principal expectativa para 2019. Todos os dias os jornais trazem números positivos de previsões de aumento do PIB, maior geração de empregos e ampliação do investimento internacional. A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – Facisc fez uma análise dos dados econômicos em 2018 através da sua área de Economia e Estatística e também está otimista com a chegada de 2019. 

A pesquisa Perspectivas Empresariais realizada pela Boa Vista/SCPC, do qual a Facisc é entidade vinculada por convênio no estado de Santa Catarina, constatou que os empresários planejam investir mais em 2019. 38% dos executivos planejam investimentos superiores para o próximo ano aos praticados em 2018, o que representa um aumento de quatro pontos percentuais na comparação ao terceiro trimestre de 2017.

Porém, apesar das perspectivas positivas, Eduardo Guerini, economista, mestre em sociologia política e gestão em políticas públicas, afirma que é preciso ter cautela na análise positiva. “O Relatório Focus, do Branco Central, indica um crescimento da economia entre 2 e 2,5% até 2022. Esse otimismo desenfreado está baseado em promessas de reformas estruturais, principalmente a da previdência. Então é uma profecia do mercado capitalizando a ideia de que o crescimento ocorrerá com essas mudanças”, pondera Guerini. 

O economista, que é professor da Univali, analisa também que o FMI publicou relatório internacional que indica crise na zona do Euro e queda no mercado Chinês, com retração mundial. “O desemprego no Brasil continua alto, a informalidade reduz as expetativas de aumento de renda do trabalhador. É importante frisar que a retomada econômica é lenta e gradual, não de forma bombástica como as expectativas do empresariado”, alertou.

Ainda segundo Guerini, esta retomada do crescimento será lenta porque precisamos considerar que 14 estados brasileiros estão em colapso fiscal e o governo continua com déficit primário na casa de R$ 130 bilhões. “As privatizações e a tentativa das reformas como a da previdência dependem de um novo arranjo do governo. Nossa sociedade continua polarizada e ainda temos disputas políticas em torno da agenda ultraliberal que muda estruturalmente a relação do Estado com a sociedade e com o mercado”, finaliza o economista.

Estado privilegiado

Mesmo com uma realidade nacional difícil, o Índice de Atividade Econômica mostra que Santa Catarina cresceu acima da média brasileira. “Se analisarmos de janeiro a setembro de 2018 em relação a 2017, crescemos 2.76% contra os 1,22% da média nacional”, explica o economista Leonardo Alonso Rodrigues, da Facisc. O estado é o quinto a mais gerar empregos no Brasil e tem a menor taxa de desemprego, além de não ter aumento impostos.

Para o presidente da entidade, Jonny Zulauf, o Estado tem uma das maiores diversificações econômicas do Brasil com empresas ramificadas e fortalecidas nos mais diferentes segmentos. “É essa diversidade de segmentos de atuação, a força que vem do agronegócio, da indústria ao comércio, e do prestador de serviço, aliada aos potenciais do nosso Estado, que fazem com que tenhamos destaque perante outros estados no Brasil”. A influência do câmbio impactou no crescimento das exportações e da indústria. “Sofremos muito com a crise, mas numa proporção bem menor em relação aos outros estados. Todas esses pontos positivos faz com que conseguimos ver um caminho interessante para 2019”.