Nevim entrevista Dionísio Sucatas

  

APRESENTAÇÃO
Tendo por base a continuidade nos esforços do Núcleo de Empresários da Vila Real, Iate Clube e Municípios (NEVIM) no que diz respeito à regulamentação dos recicladores no município, o NEVIM procurou a maior empresa recicladora da região que, embora situada no município de Camboriú, por estar sediada no bairro Tabuleiro, interage diretamente com Balneário Camboriú, produzindo reflexos e interações diretamente com nossa comunidade.

  

A ENTREVISTA

 

O NEVIM elegeu a empresa Dionatas Sucatas que, na pessoa de seu representante, o empresário Dionatas Furtado de Souza, nos recebeu em sua sede.

A visita focou na apresentação da sua estrutura da empresa, na sua visão do mercado de reciclados com as constantes alterações legislativas municipais e na problemática dos furtos e descartes de material reciclado.

 

 O CONTEÚDO

 

Num bate papo descontraído, de imediato já percebe-se o porque estamos falando da maior recicladora da região: a Dionatas Sucatas mostra estar em seu DNA o cuidado com o meio ambiente – a empresa é auto suficiente em energia elétrica, produzida no local através de painéis solares.

 

Com uma produção média de 350 toneladas de material reciclado por mês, a empresa é a única recicladora credenciada para essa atividade no município de Camboriú, servindo, não por acaso, como ponto de coleta diversificado e de alta movimentação.

 

Dessa tonelagem, Dionatas informa que praticamente 50% da produção são materiais da cidade vizinha (Balneário Camboriú), nada a se espantar quando percebe-se que o que separa sua estrutura da nossa cidade não é mais do que a largura da Avenida Santa Catarina.

 

Nessa questão de proximidade da unidade recicladora com a comunidade, o empresário tem uma visão descomplicada sobre o tema, esclarecendo que ter mais unidades de coleta perto do consumidor traria benefícios não só sociais mas também ecológicos, “um benefício à comunidade” resume Dionatas.

 

Ao ser questionado sobre os impactos que as recentes determinações municipais de Balneário Camboriú trouxeram a seu negócio, Dionatas informa que, embora nada relevante no que se refere à sua operação como um todo, chama a atenção que 50% dos “catadores de reciclado” de Balneário Camboriú migraram para Camboriú.

 

 

 Outro ponto que chamou atenção na entrevista, foi a convicção do empresário de que uma importante quantidade do lixo reciclado e recolhido pela empresa Ambiental, invariavelmente vai para o lixo comum. Esse fato se daria por uma incapacidade de processamento do volume recolhido, algo que só poderia ser solucionado no curto prazo com uma nova política de destinação ou no longo prazo com o projeto do centro de processamento que está em desenvolvimento.

 

Num cenário onde cada cidadão chega a produzir 3Kg de material reciclado por dia, Dionatas mostra-se confiante e entende que os empresários deste segmento, grandes ou pequenos, poderiam contribuir muito com o poder executivo municipal no que se refere a compartilhamento de experiências e ideias que favorecessem uma solução social para tão complexo problema.

 

De fato, ao longo da entrevista, entre um registro fotográfico e outro, salta aos olhos não só o tamanho de estrutura que o processo de reciclagem demanda, mas toda a sorte de emprego e compromisso social que o dia a dia daquelas pessoas agrega.

 

Questionado sobre “visitas indesejáveis” de “catadores de material reciclado” que na verdade são ladrões de materiais recicláveis  que buscam por um ponto de “desova” do material roubado, Dionatas informa que sua empresa não é alvo de tais visitas – “eles sabem quem recebe e quem não recebe esse tipo de material”, complementa. Embora sua empresa não seja alvo desses meliantes, Dionatas reconhece que é um problema social comum no meio e que nada mais é do que um reflexo da dependência química daquela população que vagueia pelas ruas em busca de algum material para vender.

 Já direcionando a entrevista para sua conclusão, uma vez que a mesma foi produzida no final do expediente, tivemos a oportunidade de acompanhar toda movimentação de fim de dia (um dos pontos altos na movimentação da carga, segundo o empresário). De fato, não se pode fazer ideia sem uma visita ao local, do quê envolve uma atividade por vezes simplificada. São 15 profissionais movimentando-se na separação, organização, preparação da logística para o dia seguinte; caminhões de um lado descarregando material que, acondicionados e separados, noutro portão já preparam a saída; no escritório funcionárias do administrativo dando apoio logístico enquanto o empresário articula a conclusão do dia de trabalho.

 

Foi muito gratificante conhecer todos os esforços e frutos sociais como geração de emprego, riqueza e dignidade social que orbitam este segmento. O NEVIM deixou a sede da Dionatas com a certeza clara de que nosso poder público pode (se não deve) viver esta experiência também e que, junto do setor privado, pode construir uma solução que dignifica a todos, ao mesmo tempo em que resolve um problema da vida moderna que a todos exige comprometimento.

 

Nosso agradecimento a todos os profissionais da Dionatas Sucatas e em especial a seu empresário administrador pela oportunidades.

 

André Ricardo / Joanilo de Souza Filho

NEVIM

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